quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O sonho

Tenho alguns, poucos, planos; a maioria seria melhor chamada de "hipótese" — no máximo, de "planos hipotéticos". Expectativas tenho um pouco mais freqüentemente, e as tenho aproveitado com objetivos lúdicos; até procuro atraiçoá-las primeiro, antes que elas mo façam. Já não tenho tido muitos sonhos — especialmente desde que passei a valorizá-los muito —, mas um sonho importante me ocorreu há pouco tempo.

O tal sonho me fez supor que a diferença entre a realidade do sono e a da vigília esteja apenas na intensidade. Na intensidade de alguma coisa incerta, é verdade; mas, ainda assim, apenas em intensidade. Na essência, é tudo o mesmo lance — inclusive o lado acrobático da coisa —; tudo a mesma realidade...

Para atingir a perspectiva que acabei de propor, a "realidade" deve ser concebida subjetivamente, é claro. Inclusive passei muito tempo julgando que essa observação seria desnecessária; mas tenho notado que a crença no "mundo real" tem muito mais adeptos que o que me parece verossímil. Tem muita gente por aí vivendo no seu próprio "mundo real". Às vezes até me parece ser uma crença útil. Útil e, especialmente, cômoda. E já estou começando a me acostumar a valorar "comodismo" como algo bom. Afinal, por que algo cômodo haveria de ser invariavelmente mau?! Mesmo por que, afinal, tudo o que se estabelece é cômodo... E, de certa forma, uma longa temporada num hospício talvez não seja algo assim, tão... tão inconvenientemente incômodo... Aliás, qualquer lugar pode pertencer ao mundo real... ou não... conforme convir... ou for cômodo...

Mas agora voltemos ao sonho! Aliás, tive uma idéia melhor: vou voltar a ele sozinho. — Boa noite!

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