terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Enquanto isso, Freud explica Descartes...

Minha racionalice talvez seja mais marcantemente racionalizada que propriamente racional.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

É verdade que todo problema cujas soluções podem ser conferidas por um algoritmo polinomial pode também ser resolvido por um algoritmo polinomial?

"Amor da minha vida, daqui até a eternidade nossos destinos foram traçados na maternidade." 

Cazuza sim, por que não? — Ora, nem só Wittgenstein "manda em mim"! É claro, obedeço apenas ao que desejo obedecer. Meu pudor é insuficiente para que eu deixe de admitir que as justificativas morais me são razões meramente a posteriori.

O culto ao exagero, ao venerável exagero... — Haveria em mim algo mais tipicamente romântico, dentre minhas "características" mais marcantes? Ah, mas não; não sou assim tão romântico. Até talvez a maior parte das minhas falhas de caráter — sobretudo as mais abjetas —  tenham germinado a partir da inabilidade dos meus companheiros de discussão, em minha infância. Talvez me tenha faltado um guia à altura das lições. Cazuza melhor pregou, a favor do exagero: é porque assim sou, porque (quem sabe?) assim fui feito para ser. Na impossibilidade de construir uma moral a partir da razão, aqueles que o tentaram diante de mim acabaram por me convidar à imoralidade. Meu fracasso perante meus mestres é o fracasso dos mesmos diante de mim, como me parece ocorrer com qualquer proposta pedagógica mal-sucedida.

Por que não ser exagerado? Por que não fumar, matar ou morrer? — Parece-me que argumentação racional em si não é capaz de fundamentar uma obrigação, um dever, uma regra de conduta, uma postura diante da vida... Até suponho que a maior parte dos discordantes omita alguma regra moral anterior, que dite algo como isto: "Procede conforme determine tua razão." Só assim, a posteriori, poderíamos encontrar (ou criar) uma conexão entre razão e a moral, que, afinal, são assuntos de alçadas diversas. Em última análise, se houver investigação suficiente, haveremos de encontrar um "porque sim" intransponível.

Talvez as crianças sejam todas estetas; a gênese do "senso moral", uma seqüência de contingências às quais se atribua certo padrão, conforme talvez Freud explique. Pois, entre o desejo e o "senso moral", não há dúvidas de que aquele lhe é infinitamente mais natural. A moral é algo tão tipicamente humano como é natural que as mulheres jamais disponham da verdadeira cidadania. A moral é uma ilusão frágil no universo de ilusões que formam o Universo (ou o "universo particular", se, apesar da disparatice, assim ficar mais claro). Afinal, a moral prega a temperança, mas não é convincente como o Cazuza.

Pois, admitindo que de alguma forma misteriosa podemos retirar de um problema racional um problema moral, apresento o seguinte, surgido então a partir do problema matemático que dá título a este poste: Por que se deve abster de insistir em algo que provavelmente vai dar errado?