domingo, 26 de outubro de 2008

O descanso de Osama

Então, neste domingo, já não tenho compromissos externos. Até teria ficado muito contente se não tivesse precisado de sair de casa, mas, infelizmente, a nossa democracia ainda nos obriga a comparecer à urna, nem que seja para afirmar que não sabemos em quem votar ou, pior, para declararmos que não estamos em nosso domicílio eleitoral. Nunca fui tão contra o voto obrigatório como hoje sou (ou estou).

Ainda não me está claro o que me significou o dia de ontem. Foi um dia bom; foi fantástico subir ao palco novamente, como integrante de uma banda; foram momentos divertidos, cheios de entusiasmo, com colegas que inspiram confiança e amizade. Mas, embora minha intuição vote contrariamente à existência de coisas indefectíveis, no momento ainda não estou em paz. De certa forma, sinto-me como um noivo que sobe ao altar tendo consciência de que não deseja que o casamento dure até que a morte os separem. Mas farei com que não leve muito tempo para que eu me conforme, pois não pretendo me deixar prejudicar pelo excesso de romantismo. Bem, algum romantismo talvez ainda convenha, nem que seja como medida cautelar, dada a fase de adaptação à aplicação dos novos princípios. Talvez nesta última observação esteja o principal argumento a favor do meu possível uso de um nome artístico alternativo — no caso, "Osama", apelido com que o cara das guitarras me surpreendeu logo em nosso primeiro contato.

Ainda não estou plenamente convencido de que "Osama" poderia me servir de tanto alívio. Talvez seja apenas uma declaração de protesto em relação à impossibilidade da minha satisfação completa. Incomoda-me isso também, pois eu poderia nunca encontrar a possibilidade de me apresentar como Lekso caso eu fique à espera de algum momento ideal, completamente ideal. Por outro lado, ainda, muito mais me incomoda a minha insegurança, que se manifesta em relação a qualquer coisa em potencial — por exemplo, em relação às minhas pretensões de vocalista, que não poderei satisfazer nessa banda. Bem, é apenas a insegurança (e também ainda outros pecadinhos)!... Pois, a imaginação é o limite!... — E finalmente estou descansado.

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