quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Parâmetros

Contaram-me uma mentira. Disseram-me que o importante era competir. Mas qual é a importância de competir se não for por uma oportunidade de vencer? — O que é, afinal, uma competição?...

Pois, talvez a sentença simplesmente esteja mal elaborada: competir não importa; importa outra coisa, da qual aquela é um meio. Pois, qual é a necessidade de medir, de comparar, de estabelecer parâmetros?... Por acaso o mais rápido, o mais esperto, o mais habilidoso é mais... mais... — Pois, e daí, se for?

(...)

Por outro lado, se os imbecis e os otários não são em geral mais felizes que os espertos e vencedores, pelo menos parecem. E parecer, é importante? — Difícil responder. (Mas que é útil...)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Criptograma Homeopático

Pois, acaba de me surgir a ideia de que este blogue está para completar um ano. Nunca antes parei para reler as postagens — o que não deixa de ter certa conformidade. Ainda assim, vejo também que não atingi o propósito inicial, em nenhum dos aspectos...

Parece que este blogue surgiu para ser uma casca; pouco menos que um ato de censura. Era preciso me distanciar de assuntos tão graves e tão explicitamente importantes do blogue anterior. Era preciso proteger minhas vísceras da contaminação de quem não se interesse por respeitá-las. — Isso me remete sobremaneira a algo que aprendi com a então Primeira-Dama, na antológica festa de fim-de-ano: — que, no fundo, ninguém se importa, ninguém se interessa; que é o tédio — e não o amor! — o grande motor das relações humanas. Tudo o que se passava, naquela época, podia ser bem explicado através dessa sentença, na última análise a que então me dispunha a fazer.

(É claro, também já não confio cegamente nesses meus juízos sobre meu passado. Já notei que mais vale a pena tratá-los como hipóteses mais ou menos coerentes, às quais não vale o esforço de sustentar. Mas, não obstante, todavia, contudo, preciso prosseguir com estes juízos de agora...)

Pois, segundo a noção de hoje, o blogue teria surgido num momento em que a festa de fim-de-ano tenha se estabilizado em meu coração. (Mais exatamente, no momento em que assimilei por completo a conclusão à qual cheguei naquela noite; no momento em que finalmente a aceitei a conclusão e os conflitos decorrentes, passada a necessidade de sobrevivência, a solidão, a opção pela sobrevivência...) Então, já se iniciava a minha nova escalada, num castelo de cartas tão poeirentas que pareciam sólidas. E , afinal, não deixavam de ser.

A primeira manifestação disso estava na publicação do texto Os Filósofos da Via Expressa, anterior a este blogue, sumamente oportuno. Neste exato momento, sou incapaz de escrever algo como aquilo, tão impudico, tão odiento, tão sinceramente insincero, tão desprovido das inocentes pretensões de Futebol. Isso logo tratei de observar, já irrecuperavelmente marcado, em outro criptograma homeopático, sob o título de Just be yourself.

Mas, enfim, também isso passou. Afinal, se o blogue não atingiu seu objetivo original — que se tenha perdido —, pelo menos cumpre a finalidade mnemônica dos E-mails para Isaías, postos no blogue anterior. Não se pode dizer que seja um fracasso completo: se o propósito mais antigo nem sempre é o mais digno, ao menos é digno o ato de reconsiderar.

domingo, 2 de agosto de 2009

As Três Condições

À sombra de uma árvore, em Pedro Leopoldo...

sábado, 25 de julho de 2009

Xadrez no Confluência

(Vídeo extraído do projeto "Webcam Section v. 0.0.1 Unplugged & Absolutely Tosco", com participação especial do Paulista.)

sábado, 11 de julho de 2009

Pacto de Amizade


"Saiba que quando fico quieto é porque tem algo de errado.
Olho algum velho retrato, faço o sinal da cruz e sigo cantando pro diabo.
E o que tenho a dizer, a você, meu irmão, meu assassino
É que lamento não estar aí agora com você, pra curar seu cansaço.

E o estardalhaço que vem da rua me deixa em paz.
Pivetes se divertem com o fun que deixei enterrado no asfalto.
E no assalto que você praticou, tenha certeza de que, mesmo assim,
Nunca lhe falhará em mim a promessa do amor.

Porque tudo que foi construído com tua ajuda
Servirá agora pra nossa luta, nossa louca luta.
E os demônios que se escondem em cada passo teu de agora, os matarei.

Tão verdadeiro é o meu incestuoso amor que nem há sangue no meio.
Há apenas um domingo à tarde, e panelas sujas na cozinha.
Há uma promessa que ainda cumpro, de ser teu amigo, com alma sozinha."

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pedagogia

Estou em dúvidas quanto à capacidade humana de aprender. Certamente, é um problema humano, generalizado. Espero que seja. Não pode ser exclusividade minha. — A acreditar nisso, prefiro o solipsismo!

Estou realmente indignado. — Como pode alguém tão reiteradas vezes bater a cabeça na parede, sem se importar com o que lhe ensina a experiência?! — Como pode alguém ser tão indiferente às lições da vida e insistir, e permanecer, e estagnar!?... — Como posso ser tão cabeça-dura; justo eu, que posso optar por ser só e tão naturalmente só?!

É como andei dizendo por aí: livre-arbítrio é um conto-de-fadas. O universo todo é uma mesa de bilhar — e, perto da tacada, sou pequeno demais. (O pior é que parece que nem isso eu aprendo...)

domingo, 21 de junho de 2009

O Solipsista

Pois, o Solipsismo é a melhor explicação do mundo. De que adianta existir algo além de mim mesmo? E daí que existam outras pessoas no universo? A solidão é inevitável; tão inevitável que deixa de ser um problema. Eu amo o solipsismo, quase tanto quanto ao café; mas o que amo acima de tudo é a mim mesmo.

Nada há no mundo de mais importante que eu — disso também é impossível e inútil fugir. Tudo o mais — se é que há — gira em torno de mim; é fruto de mim; é consequência unicamente de mim. De que importa se ninguém visita este blog, se é que há quem possa visitá-lo? — De vez em quando, uma e outra miragem, pingadas; mas que vêm a comando de sabe lá o quê, pra me fazer sabe lá o quê. — Pois, tratemos um pouco mais sobre isso...

É mais difícil adotar um solipsismo egoteísta, pois torna-se mais difícil conviver com a chateação, o tédio e outras coisas desse nível, indesejadas. Por isso, enquanto não consegui aderir completamente ao solipsismo, convido todos vocês, leitores hipotéticos deste blog, a se juntarem a mim em minha busca por um solipsismo alteregoteísta tendente para egoteísta. Saibam antecipadamente que, à medida em que vocês forem se juntando à minha seita, vocês vão deixando de existir e deixando de ter vontade própria, à medida em que eu me torno o deus do meu próprio mundo. Se servir de consolo, devo dizer que isso não lhes será nenhum problema, pois vocês afinal sequer existirão! — Afinal, quem não existe não se importa...

Enquanto isso, vou tratando de aumentar minhas habilidades — o que, em última análise, é algo que faço para tomar as rédeas do meu mundo, subjugando-o a mim. Assim sendo, devo também dizer que, como tenho adquirido habilidades nos últimos anos, vocês têm se tornado cada vez menos existentes. Se é que vocês ainda dispõem de alguma autonomia e desejam mantê-la, eu recomendo que vocês me matem o quanto antes. Se eu continuar vivo pelos próximos vinte anos, talvez nenhum de vocês exista mais. — Se eu estivesse nessa situação, ia considerar a hipótese de homicídio...

domingo, 7 de junho de 2009

A Praça

Moro numa cidade estranha, cheia de coisas estranhas. Na Metrópole, nas faixas-de-pedestres abarrotadas e disputadas, as pessoas — que se acotovelam quase sem se enxergarem — parecem menos distantes. Aqui, todos se vêem, como se vê a um semáforo fechado, ou a um pedestre que determina a parada obrigatória. Nas ruas todos se concebem quase como a objetos, como se o clima seco fosse capaz de infligir às almas aridez. Nas ruas, no lugar de pessoas, há pedestres; nos shoppings e elevadores, há transeuntes. 


Mas nas salas, há colegas. Lá os candangos retiram suas couraças e se revelam humanos; tão ou mais humanos que na Metrópole ou no Interior. (Talvez seja porque nas salas há umidificadores de ar.) Pois, nas salas, é como se encontrássemos em suas casas velhos parentes, que nos recebem com um café quente e um abraço caloroso. Então se descobre que a Capital não é habitada apenas por bonecos de bronze.

Quem me conhece sabe que aqui não estou feliz; sabe também que eu não estava feliz onde estava. Às vezes me perguntam se eu desejo voltar. Não compreendem quando eu digo que já não é possível. O lugar do qual sinto falta já não está na lá; está onde só posso chegar com a lembrança. Deixei uma parte de mim pra trás; não no espaço, mas no tempo. O que está a apenas 1000km de distância está perto; está comigo. Aqui — ou seja, neste momento — minha sede é maior que minha capacidade de beber. Faço companhia aos bonecos de bronze.

sábado, 6 de junho de 2009

BR-070

Bate em meus pulsos um vento frio de saudade; algo como quando me deparei com a Metrópole; mas a semelhança, se há alguma, está na essência, muito abaixo da superfície. Naquela ocasião, comecei a relembrar de tempos remotos; a sonhar com imagens longínquas; com algo que se tornara passado sem que eu percebesse, como se entre um tempo e outro houvesse um período de escuridão, introduzida por uma sonolência suave e súbita... Teria sido um período misto de sonho-bom e pesadelo, em que eu me encontrava sobre um penhasco à beira-mar, tendo aos pés pedras cristalinas a serem lambidas pelas ondas; em que, nos momentos de maior lucidez, sentia o vento frio e reconfortante de um fim-de-tarde sem sol, que ansiava por me unir as pálpebras, para me trazer à língua o sabor acre das pedras. Era outra, aquela saudade...

Hoje tenho uma saudade sem dor, amadurecida, resignada. Sonho e deliro ainda, mas provavelmente. O tempo passa devagar enquanto por nada espero, num primeiro sinal de velhice. Começo a descobrir certa força; a realizar certos propósitos; mas o faço como a uma obrigação acessória, quase fastidiosa. Muitas pequenas alegrias, quase nenhum desgosto; — o interior vazio. Saudades daquela solidão tão profunda e rica, que só pode assolar a quem tem próximo de si um ser amado.

Poucos metros à frente, naquela mesma estrada, um condutor que procure o retrovisor central encontrará uma motocicleta, guiada pela sombra de um personagem de ficção.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O Cavaleiro da Triste Figura

Talvez todos nós tenhamos algum grande plano na vida. Algum grande desejo... algum grande anseio... E uma grande falta... um profundo vazio... No fundo todas as pessoas talvez sejam iguais.

Parece que alguns escritores me deixaram recados; é comum dizerem que sou doente. Um deles insinuou que devo ter alguma disfunção neurológica (ou, pior, que eu gostaria de ter); outro me diz descaradamente que sou maluco, doido de pedra (ou, pior, que tento ser). Pois, são os mesmos que me fornecem os argumentos mais hábeis, que me incitam a me tornar cada vez mais obcecado em minha busca.

Então, em resposta, me vem a Rita Lee, com aquela apologia da loucura. Mas também a Rita me abandona, como um orgasmo fugaz: talvez eu não seja louco o suficiente. Quisera eu "ser feliz", ainda que o fosse num manicômio! E, enquanto isso, trabalho para conseguir o meu espaço num hospital psiquiátrico; na fosca esperança de que seja na ala dos felizes...

Pois, como um tubarão, não posso parar de me mover. Estou acostumado a me acostumar. Posso me acomodar em qualquer canto que me seja compreensível. Mas minha vida é uma escada rolante, descendente; os padrões, tão logo são identificados, tornam-se degraus. Todo o meu conhecimento, estático, logo começa a me arrastar para baixo, à morte. É do que receio. Não quero acreditar que só terei descanso quando não puder gozar dele.

Oh, minha Teoria-do-Copo, meu Elixir-da-Longa-Vida!... És o que tenho de sagrado! Mas me fazes mal?!... 

(Mas não importa: doravante a felicidade mora novamente comigo — até segunda ordem.)

quarta-feira, 4 de março de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Making-of do que ficou incompleto

Rock N' Roll Suicide... David Bowie...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Indicação de livro

Tenho lido bastante, ultimamente. É provável que eu tenha lido mais nos últimos dois anos que nos 23 anos anteriores. Claro, alguns livros já recomendei — certamente, todos aqueles que li até o final, que são a maioria dos que inciei. Ocorre que o livro que estou lendo atualmente sinto grande necessidade de indicar a todos.

Leia Novo Testamento — de diversos autores, segundo uns; de apenas um, segundo outros. Considerando que se trata do maior best-seller da História, não deverá ser difícil encontrar. Da história, o leitor deste blog certamente já ouviu falar — o que, como só vim compreender agora, nem dispensa, nem prejudica a leitura. É um livro especial.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sobre Deus

Passei algumas horas hoje pondo à prova meu agnosticismo. Será que o caminho que me leva à dúvida também me levará a Deus? Pois, por que não? — Afinal, posso afirmar com certeza que Deus não se importaria. É impossível que se importasse. Com que autoridade Deus rejeitaria meu agnosticismo mais que elogiaria a fé do dogmático? Se deus me ama ainda assim, há de me conceder a graça necessária; para que eu seja simplesemente o que fui feito pra ser: o que sou. É preciso ser meio louco para acreditar em Deus. Mas será que sou louco demais? Ou eu não seria louco o bastante?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Hamlet

Àqueles que sofrem de dúvida (como tanto já sofri), recomendo algum conhecimento de Lógica. Não me refiro a um estudo aprofundado — como à validação formas silogísticas, ou algo assemelhado —, mas a conhecer o simples conceito de "dilema".

Muito especialmente no campo da Moral — no qual completamente se insere aquilo que chamo de "sofrimento" —, grande parte dos problemas pode ser reduzida a um dilema. Consciente disso, pode-se dispensar o flagelante sofrimento secundário que precede a opção entre o desespero e a resignação. Assim, afinal, o problema pode ser resumido à escolha entre a vida e a morte — o que, para mim, se trata de uma questão pacificada.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sincresia etílico-alcalóide

Falar; dizer. Até quando? Até que ponto? Dizem que digo demais. Parece-me que eles estão errados — eles, que dizem demais. Mas e se eu não for compreendido? E, afinal, o que ganharei ainda que eu não seja compreendido? — Foda-se? — Nem sempre. Até me fodo; e me lasco. Pois, que se me lasque! Que merda?! Que bom! Pois, — ah! — que se lasque (ou se foda, se for melhor)!

Algo está incerto. Algo, talvez, que nunca me foi certo. Mas saberei encarar, procurar ser capaz, à altura, de alcançar tudo aquilo que tanto me atrai? — Afinal, o que é que tanto me atrai? — Falemos novamente em fodeção? Ah, sempre! Sempre tratamos de libido! Porque Freud era Deus! Freud sabia das coisas. Freud gosta de sexo. Freud gosta daquilo de que não se pode saber. Mas Freud está morto. Então ele não ligará. — Pois, com todo o respeito, Freud: vá se foder. E goze! E o resto, por sua vez, que se foda também! (E, assim, enquanto todos se fodem, Freud é quem goza...)

(...)

Há muito tempo estou cansado. Sempre assim: o cansaço. Mas cansado de quê? — Pois, hoje, estou cansado do cansaço vil, bastante para apenas o discurso. Estou cansado da estética morta; daquela que, para mim, talvez preencha — apenas talvez —, mas não a mim mesmo. Estou cansado de muito; das redundâncias; das aliterações meramente acidentais; dos acidentes propositais; das rimas; da forçação; da barra; do cansaço...

Mas, ainda assim, desejo. Necessito, mas não digo: — em parte porque não sei; em parte porque não sei dizer perfeito-bestialmente, como me entendam. E, se for o caso, que eu me foda! — Quem sabe se não está aí a origem do vocábulo "autofagia"?

(Explicações, peçam a Vygotsky; Freud está ocupado demais se fodendo no além.)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Enquanto isso, Freud explica Descartes...

Minha racionalice talvez seja mais marcantemente racionalizada que propriamente racional.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

É verdade que todo problema cujas soluções podem ser conferidas por um algoritmo polinomial pode também ser resolvido por um algoritmo polinomial?

"Amor da minha vida, daqui até a eternidade nossos destinos foram traçados na maternidade." 

Cazuza sim, por que não? — Ora, nem só Wittgenstein "manda em mim"! É claro, obedeço apenas ao que desejo obedecer. Meu pudor é insuficiente para que eu deixe de admitir que as justificativas morais me são razões meramente a posteriori.

O culto ao exagero, ao venerável exagero... — Haveria em mim algo mais tipicamente romântico, dentre minhas "características" mais marcantes? Ah, mas não; não sou assim tão romântico. Até talvez a maior parte das minhas falhas de caráter — sobretudo as mais abjetas —  tenham germinado a partir da inabilidade dos meus companheiros de discussão, em minha infância. Talvez me tenha faltado um guia à altura das lições. Cazuza melhor pregou, a favor do exagero: é porque assim sou, porque (quem sabe?) assim fui feito para ser. Na impossibilidade de construir uma moral a partir da razão, aqueles que o tentaram diante de mim acabaram por me convidar à imoralidade. Meu fracasso perante meus mestres é o fracasso dos mesmos diante de mim, como me parece ocorrer com qualquer proposta pedagógica mal-sucedida.

Por que não ser exagerado? Por que não fumar, matar ou morrer? — Parece-me que argumentação racional em si não é capaz de fundamentar uma obrigação, um dever, uma regra de conduta, uma postura diante da vida... Até suponho que a maior parte dos discordantes omita alguma regra moral anterior, que dite algo como isto: "Procede conforme determine tua razão." Só assim, a posteriori, poderíamos encontrar (ou criar) uma conexão entre razão e a moral, que, afinal, são assuntos de alçadas diversas. Em última análise, se houver investigação suficiente, haveremos de encontrar um "porque sim" intransponível.

Talvez as crianças sejam todas estetas; a gênese do "senso moral", uma seqüência de contingências às quais se atribua certo padrão, conforme talvez Freud explique. Pois, entre o desejo e o "senso moral", não há dúvidas de que aquele lhe é infinitamente mais natural. A moral é algo tão tipicamente humano como é natural que as mulheres jamais disponham da verdadeira cidadania. A moral é uma ilusão frágil no universo de ilusões que formam o Universo (ou o "universo particular", se, apesar da disparatice, assim ficar mais claro). Afinal, a moral prega a temperança, mas não é convincente como o Cazuza.

Pois, admitindo que de alguma forma misteriosa podemos retirar de um problema racional um problema moral, apresento o seguinte, surgido então a partir do problema matemático que dá título a este poste: Por que se deve abster de insistir em algo que provavelmente vai dar errado?