sábado, 11 de outubro de 2008

Anne LeClaire

Li uma versão adaptada, reduzida, de Entering Normal, logo após concluir a leitura do livro que o precedia na coletânea do Readers Digest. Na ocasião, estava ainda muito cedo para dormir, mas não consegui largá-lo até terminar. — Um livro maravilhoso.

No dia seguinte, estive pela primeira vez sozinho no shopping center em que assisti ao cinema pelas primeiras vezes. Lembro-me de pelo menos dois filmes: O Máskara e Titanic — o que dá idéia de quanto tempo faz. Eu só havia estado nesse shopping acompanhado de meu pai, inclusive mais recentemente, num dia em que ele veio me visitar aqui em Belo Horizonte. Voltava lá agora para conversar com uma amiga do trabalho sobre seus problemas profissionais, tornados pessoais. Provavelmente teríamos conversado como era pretendido, mas acordamos tacitamente que não convinha discutir aqueles assuntos na presença do marido, que desde sempre teve sua opinião sobre a forma de os resolver — justamente a solução que queríamos evitar. Pois, as férias lhes farão bem.

Mas muito me alegrou a idéia de poder procurar na livraria outras obras de LeClaire. Dos livros que tenho lido recentemente — entre best sellers, clássicos e outros menos divulgados —, Sinais de Vida (Entering Normal) foi especial. Definitivamente não o foi por conta da elaboração da trama, nem pela originalidade do tema; mas porque nenhum outro romance conseguiu me estabelecer tamanha ligação emocional. Ao mesmo tempo, foi a melhor redação que já vi de autor americano. Claro, era obra traduzida e resumida, mas quis conhecer mais.

Chegando na livraria do shopping, perguntei por Anne LeClaire. O computador não encontrou nada. Até encontrou um Leclaire, mas não minha Anne. Saí de lá frustrado, mas não de mãos vazias: adquiri Crime e Castigo na tal tradução direta do russo. Levei para casa ainda a sugestão de pesquisar num tal de Estante Virtual, onde eu poderia encontrar minha Anne nalgum catálogo de sebo. Claro, meu espírito tem sede do que Dostoiévski tenha a me dizer; mas, mais ainda, hoje, tenho sede de Anne.

Em casa, a Estante Virtual me indicou apenas outro livro, também em coletânea do Readers Digest; o mesmo de que já me alertara o Google. (Na verdade, indicou também a versão original, completa, em inglês, do livro que tanto me encantara.) Não fiquei satisfeito com outra versão resumida — tinha de haver uma versão completa! E, como não consigo sair ileso de um sebo, meu novo dicionário de esperanto-português deve chegar em minha casa na próxima semana...

Por fim, voltei ao site oficial da escritora e procurei informações sobre suas traduções. Não encontrei nada a respeito. Mais tarde, eu receberia a resposta, carinhosamente assinada por Anne LeClaire, de que suas duas únicas traduções em português estão nas versões resumidas do Readers Digest. Nunca tive, como agora, tanto desejo de aprender inglês...

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