quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Criptograma Homeopático

Pois, acaba de me surgir a ideia de que este blogue está para completar um ano. Nunca antes parei para reler as postagens — o que não deixa de ter certa conformidade. Ainda assim, vejo também que não atingi o propósito inicial, em nenhum dos aspectos...

Parece que este blogue surgiu para ser uma casca; pouco menos que um ato de censura. Era preciso me distanciar de assuntos tão graves e tão explicitamente importantes do blogue anterior. Era preciso proteger minhas vísceras da contaminação de quem não se interesse por respeitá-las. — Isso me remete sobremaneira a algo que aprendi com a então Primeira-Dama, na antológica festa de fim-de-ano: — que, no fundo, ninguém se importa, ninguém se interessa; que é o tédio — e não o amor! — o grande motor das relações humanas. Tudo o que se passava, naquela época, podia ser bem explicado através dessa sentença, na última análise a que então me dispunha a fazer.

(É claro, também já não confio cegamente nesses meus juízos sobre meu passado. Já notei que mais vale a pena tratá-los como hipóteses mais ou menos coerentes, às quais não vale o esforço de sustentar. Mas, não obstante, todavia, contudo, preciso prosseguir com estes juízos de agora...)

Pois, segundo a noção de hoje, o blogue teria surgido num momento em que a festa de fim-de-ano tenha se estabilizado em meu coração. (Mais exatamente, no momento em que assimilei por completo a conclusão à qual cheguei naquela noite; no momento em que finalmente a aceitei a conclusão e os conflitos decorrentes, passada a necessidade de sobrevivência, a solidão, a opção pela sobrevivência...) Então, já se iniciava a minha nova escalada, num castelo de cartas tão poeirentas que pareciam sólidas. E , afinal, não deixavam de ser.

A primeira manifestação disso estava na publicação do texto Os Filósofos da Via Expressa, anterior a este blogue, sumamente oportuno. Neste exato momento, sou incapaz de escrever algo como aquilo, tão impudico, tão odiento, tão sinceramente insincero, tão desprovido das inocentes pretensões de Futebol. Isso logo tratei de observar, já irrecuperavelmente marcado, em outro criptograma homeopático, sob o título de Just be yourself.

Mas, enfim, também isso passou. Afinal, se o blogue não atingiu seu objetivo original — que se tenha perdido —, pelo menos cumpre a finalidade mnemônica dos E-mails para Isaías, postos no blogue anterior. Não se pode dizer que seja um fracasso completo: se o propósito mais antigo nem sempre é o mais digno, ao menos é digno o ato de reconsiderar.

domingo, 2 de agosto de 2009

As Três Condições

À sombra de uma árvore, em Pedro Leopoldo...