sábado, 6 de setembro de 2008

Habilidade e contrabaixo elétrico

Talvez nunca tenha havido algo tremendamente bem-resolvido em minha vida. (E já não tenho tantas esperanças assim de que vá haver um dia.) Então, o baixo reaparece, meio que ressuscitado.

"Habilidade" é um conceito ao qual atribuo mais importância que o que me parece ser comumente atribuído. Às vezes até escracho: "Tudo é questão de habilidade." Cá com meus botões, procurando um exemplo pra demonstrar esse meu resumo da realidade prática, pensei em suscitar um choque de valores. Afinal, para que é preciso mais habilidade: para apreciar a Malu ou para apreciar alguma atração do SuperPop? Essa questão, comparativa, bem que pode ser respondida através de critérios valorativos; mas muito mais que reafirmar as maravilhas da música belo-horizontina (leia-se: "Malu"), pretendo prosseguir com minha apologia da razão (e a apologia da Malu fique pra outra ocasião). 

Numa noite dessa, enquanto praticava filosofia-de-bar, soltei minha máxima no contexto de uma discussão sobre o homossexualismo (que, aliás, tem cada vez mais partidários pela região): "Ora, isso é apenas questão de habilidade!" A réplica do cara das baquetas não pode ser transcrita, mas, afinal, não foi possível negar minha acertada. Pois, é outro exemplo típico. Sem hipocrisia: se eu tivesse tanta habilidade para, digamos assim, "apreciar pessoas do mesmo sexo que eu" quanto tenho para apreciar as mulheres; e se eu encontrasse um rapaz ducaralho (perdão pelo trocadilho...); e se a sociedade fosse menos intransigente (ou eu fosse tão indiferente às pressões sociais quanto às vezes tento parecer); enfim, nesses termos, se tudo isso, por que não "ser feliz"? (Ah, mas não me entendam mal: eu nunca experimentei, nem quero, nem vou, jamais, Zeus me livre! Até a maconha, que é socialmente aceitável, puxei mas não traguei... Juro!)

By the way, meu sistema operacional instalou uns patches aqui na minha cabeça que cada vez mais confirmam o "paradigma da habilidade". No bar, ontem, aconteceram algumas coisas surpreendentes, dentre as quais se destacou o ressurgimento do contrabaixo. A banda se tornou real. (Bem, ainda é uma idéia, mas agora, mais que "só uma idéia", é uma "idéia real"; ou seja, uma idéia localizada no plano das idéias que realmente pretendo tornar reais.) Então, assim, devaneios à parte, quem sabe esteja ficando mais próximo o dia em que dividirei o palco com minha Malu?

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