sexta-feira, 5 de setembro de 2008

FCC, Thiago, Mallu e Malu

Por acaso, resolve o cara aqui voltar ao Fórum Cifra Club (FCC). Não sei de onde, não sei por quê. Então, como não poderia deixar de ser — taí a dica sobre "de onde" e "por quê" —, vai o cara reler as mensagens que enviou, checar se houve novas respostas ou menções às suas... 

Talvez antes disso tenha surgido a necessidade de tratar novamente dum velho problema, que reaparecia tão logo eu voltava a trabalhar com instrumentos virtuais. Na época, o FCC não me ajudara diretamente com o problema específico — terminei resolvendo sozinho —, mas de repente eu encontraria lá um esclarecimento adicional ou algo assim. É, deve ter sido por isso. Deve ter sido por causa de um sequencer que não gostava de Chopin.

Do fórum de gravação para o fórum de divulgação de músicas, foi uma coisa natural. Afinal já fazia muito tempo que eu postara aquele cover deformado do Jeff Buckley, até desistir (desgostosamente) de esperar por resposta. Abominava a idéia de martelar nos "Ups". Não poderia conviver com a idéia de implorar por um comentário. Reinava a "romântica esperança que houvesse em mim uma beleza essencial, inegável, bastante e suficiente para fundamentar o amor de segundas e terceiras pessoas". (Não posso deixar de observar que minha "teoria da beleza essencial", nunca inteiramente abandonada, retorna à evidência agora, também a propósito da minha recente descoberta da Malu Aires. Mas não sem notar o aparente paradoxo, já que ela é linda em todos os aspectos que pude avaliar.)

Enfim, desde que voltei a acessar o FCC, neste mês passado, tornei-me um visitante assíduo. Na realidade, apenas na questão que mais me interessa no fórum: o "Divulgue suas músicas". Talvez esteja aí uma demonstração de princípios. Algo como aquele provérbio tão citado pelos espiritistas, que seria a evolução do código de Hamurabi. Pois, faço questão de ouvir as gravações e de me manifestar. Submeto as canções a uma profunda avaliação crítica e posto a resposta, da forma mais amistosa possível. Exatamente como eu gostaria que tivessem feito em relação à minha gravação de um ano antes. Terminou que o único comentário que recebi foi em relação ao repertório, como faz o público inconveniente de barzinho que aplaude em começo de música, como quem vê o músico como um seu servidor. Nem tanto... Nem tanto. Mas, curiosamente, apesar de não ter emitido sua opinião sobre a gravação em si, o único que postou em resposta foi o Thiago.

Thiago Ramires me surpreendeu. Notei em seu trabalho uma beleza profunda, muito diferente da beleza meramente aparente, que andava me intrigando desde certa confraternização de fim-de-ano no Padre Eustáquio. (Hoje tenho impressão de que "é preciso ser uma metamorfose ambulante", mas de forma que a alternância não impeça a constância.) Enfim, estava lá um artista o qual, se eu estivesse alguns anos mais ignorante, eu teria dificuldades em reconhecer como tal. Em suas composições notei a abundância de algo cuja falta me distanciou da composição. Algo mais difícil e fundamental; algo que não é fácil de se aprender; algo que diferencia o simples trabalho da obra de arte. Em conseqüência, tornei-me seu fã, não obstante as diversas objeções técnicas, superficiais.

Uns sábados atrás ouvi falar na Mallu Magalhães. (Não posso dizer onde, porque fica feio um intelectual como eu admitir que estava assistindo ao programa do Huck.) E me aparece aquela coisinha de quinze aninhos com aquele rostinho delicado, pintado porque "sei lá". Em meus devaneios, imagino que a menina não tenha se incomodado um milímetro por ser aquele "peixe-fora-d'água", cantando sua própria canção escrita em língua estrangeira. Lá disseram que ela seria uma espécie de ídolo da internet (e parece que não está mesmo muito longe disso). Não sei. Fiquei mesmo encantado com a menina. Memorizei o seu nome (mais ou menos) logo na hora. Cheguei até a recomendá-la. Só anteontem, depois de uma breve conversa com o Google, parei para ouvi-la. Por pouco tempo. Ela é realmente uma gracinha; demonstra muito talento; faz um trabalho agradável; mas vou esperar por mais alguns anos antes de me tornar seu fã. (Foi a impressão que tive anteontem, pois neste momento o Chrome não está atendendo ao meu pedido de "Tchubaruba".)

Pouco depois, enquanto naufragava suavemente, esbarrei com o "BH Indie". Tanto o Fórum quanto o Thiago e a Mallu (no Huck) haviam contribuído em muito para reacender meu nunca totalmente abandonado interesse pela carreira musical. (Há também de se considerar a violenta influência da série de "encontros de músicos" de que eu participara nos últimos dias.) Uma equipe que promova o trabalho dos músicos independentes de Belo Horizonte, que excelente notícia! À frente, a Malu — minha maior descoberta musical desde que, em meados de 2006, fui apresentado à obra do David Bowie.

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